quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Intercontextualidade

Todos nós um dia pensamos: “Ah, pra quê eu vou aprender isso se não vou utilizar em nada?” Ontem eu estava numa aula na universidade, onde nós iremos estudar nessa disciplina as semelhanças entre as linguagens de programação (eu faço Ciência da Computação, só pra vocês se situarem), e a introdução dessa disciplina perguntava: “O que é a linguagem?” E o professor também nos perguntava: “O que é a linguagem?”



Uma pergunta que todos nós meio que sabemos a resposta, mas com certeza, não conseguimos expor em palavras. E ainda havia outra pergunta: “Como aprendemos a linguagem?” Cada pergunta, viu...
São perguntas que você pensa: “Ah, eu sei o que é, mas não sei explicar.” O ponto é: onde você aprendeu essas respostas? Aí está a resposta da primeira pergunta, lá em cima. Se lembra daquelas aulas de português (ou redação), que você aprendia sobre interpretação de texto, comunicação, expressão? É, você pode até dizer que não viu isso, ou o professor não te ensinou, mas com certeza, sim, você aprendeu isso naquele momento. No momento em que você aprendia sobre interpretação de textos, sobre a importância da comunicação, a importância da linguagem para uma comunicação bem sucedida, você estava descobrindo o que era a linguagem. Não a linguagem como idioma, a língua portuguesa, ou seja lá qual for. A linguagem geral, uma forma de comunicação entre as pessoas.

Não existe linguagem sem pessoas que a utilizem. De que adianta você ter milhares de livros escritos em português, e, por exemplo, todos os seres humanos morrerem? O que significarão os livros? Absolutamente nada. Pois a linguagem tem vida quando existe alguém para movê-la adiante. Sem uma força-motriz, ela é nula.

Eis a importância da intercontextualidade. Tudo está interligado. Nada funciona independente e separadamente. Tudo o que você aprender será bem vindo. Aproveite! O conhecimento é fascinante.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Poesia Matemática

Às folhas tantas 
Do livro matemático 
Um Quociente apaixonou-se 
Um dia 
Doidamente 
Por uma Incógnita. 
Olhou-a com seu olhar inumerável 
E viu-a, do Ápice à Base, 
Uma Figura Ímpar; 
Olhos rombóides, boca trapezóide, 
Corpo ortogonal, seios esferóides. 
Fez da sua 
Uma vida 
Paralela a dela 
Até que se encontraram 
No Infinito. 
"Quem és tu?" indagou ele 
Com ânsia radical. 
"Sou a soma dos quadrados dos catetos. 
Mas pode me chamar de Hipotenusa." 
E de falarem descobriram que eram
- O que, em aritmética, corresponde 
A almas irmãs - Primos-entre-si. 
E assim se amaram 
Ao quadrado da velocidade da luz 
Numa sexta potenciação 
Traçando 
Ao sabor do momento 
E da paixão 
Retas, curvas, círculos e linhas sinoidais. 
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclideanas 
E os exegetas do Universo Finito. 
Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. 
E, enfim, resolveram se casar 
Constituir um lar. 
Mais que um lar, 
Uma perpendicular. 
Convidaram para padrinhos 
O Poliedro e a Bissetriz. 
E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro 
Sonhando com uma felicidade Integral 
E diferencial. 
E se casaram e tiveram uma secante e três cones 
Muito engraçadinhos 
E foram felizes 
Até aquele dia 
Em que tudo, afinal, 
Vira monotonia. 
Foi então que surgiu 
O Máximo Divisor Comum 
Freqüentador de Círculos Concêntricos. 
Viciosos. 
Ofereceu-lhe, a ela, 
Uma Grandeza Absoluta, 
E reduziu-a a um Denominador Comum. 
Ele, Quociente, percebeu 
Que com ela não formava mais 
Um Todo, Uma Unidade. 
Era o Triângulo, 
Tanto chamado amoroso. 
Desse problema ela era a fração 
Mais ordinária. 
Mas foi então que o Einstein descobriu a 
Relatividade 
E tudo que era expúrio passou a ser 
Moralidade 
Como, aliás, em qualquer 
Sociedade.






Do mestre, Millôr.

Mulheres

Certo dia parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas. São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas entre nós.

Pare para refletir sobre o sexto-sentido.
Alguém duvida de que ele exista?

E como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que dá em cima de você?

E quando ela antecipa que alguém tem algo contra você, que alguém está ficando doente ou que você quer terminar o relacionamento?

E quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco? Rio de Janeiro, 40 graus, você vai pegar um avião pra São Paulo. Só meia-hora de vôo. Ela fala pra você levar um casaco, porque "vai fazer frio". Você não leva. O que acontece?
O avião fica preso no tráfego, em terra, por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar. O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
"Leve um sapato extra na mala, querido.
Vai que você pisa numa poça..."
Se você não levar o "sapato extra", meu amigo, leve dinheiro extra para comprar outro. Pois o seu estará, sem dúvida, molhado...

O sexto-sentido não faz sentido!

É a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil...
As mulheres são mães!

E preparam, literalmente, gente dentro de si.
Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?

E não satisfeitas em ensinar a vida elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
Fala-se em "praga de mãe", "amor de mãe", "coração de mãe"...

Tudo isso é meio mágico...
Talvez Ele tenha instalado o dispositivo "coração de mãe" nos "anjos da guarda" de Seus filhos (que, aliás, foram criados à Sua imagem e semelhança).

As mulheres choram. Ou vazam? Ou extravazam?

Homens também choram, mas é um choro diferente. As lágrimas das mulheres têm um não sei quê que não quer chorar, um não sei quê de fragilidade, um não sei quê de amor, um não sei quê de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...

É choro feminino. É choro de mulher...

Já viram como as mulheres conversam com os olhos?

Elas conseguem pedir uma à outra para mudar de assunto com apenas um olhar.
Elas fazem um comentário sarcástico com outro olhar.
E apontam uma terceira pessoa com outro olhar.
Quantos tipos de olhar existem?

Elas conhecem todos...

Parece que freqüentam escolas diferentes das que freqüentam os homens!
E é com um desses milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.

EN-FEI-TI-ÇAM !

E tem mais! No tocante às profissões, por que se concentram nas áreas de Humanas?
Para estudar os homens, é claro!
Embora algumas disfarcem e estudem Exatas...

Nem mesmo Freud se arriscou a adentrar nessa seara. Ele, que estudou, como poucos, o comportamento humano, disse que a mulher era "um continente obscuro".
Quer evidência maior do que essa?
Qualquer um que ama se aproxima de Deus.
E com as mulheres também é assim.

O amor as leva para perto dEle, já que Ele é o próprio amor. Por isso dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres-anjos que têm ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo-amor.
É nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso.
E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento
que os faz dormir nessa hora.





Crônica de Luis Fernando Verissimo

domingo, 1 de agosto de 2010





Todo mundo é fã. E, com certeza, também tem fãs. Tem sempre alguém que luta incondicionalmente por você.

Mas ser fã é algo que se adquire com o tempo [ou não]. Pode ser à primeira vista, ou depois de uma baita encheção de saco, ou mesmo por raiva que era apenas o amor disfarçado. Ser fã é descarregar suas energias por um amor platônico - digamos assim - ou não. Fãs podem conhecer seus ídolos algum dia ou nunca se deparar com eles; podem ter camisas, fotos, pôsteres, autógrafos, sitefans, cds, dvds ou não ter nem uma revistinha com uma matéria sobre seu ídolo; podem ser histéricos ou pode ser que quase ninguém saiba que ele é fã de alguém. Mas isso não quer dizer que é poser, ou que não gosta tanto do seu ídolo.

Como cada um tem um gosto totalmente diferente dos outros [graças a Deus!], é óbvio que existam diferentes tipos de fãs. Eles rezam pedindo um show pertinho da cidade onde mora, ou pra ganhar na Mega Sena pra ir a um show do ídolo numa cidade longe, pede pra ganhar em todos os sorteios de sitefans, rádios, etc., pra lançarem cds, filmes, fazem loucuras pra chegar um pouco mais perto, tirar uma foto, se matam pra acompanhar o cotidiano de seu ídolo, saber o que ele faz, o que come, como dorme. Se imaginam passando um dia com seu ídolo, topando com ele num aeroporto.

Às vezes o ídolo nem é famoso, mas o fato é que todos nós somos fãs de alguém. Precisamos direcionar nosso amor pra alguém, mesmo que ele não saiba. Mas me diga: tem sensação melhor do que a que sentimos quando nosso ídolo sabe que existimos? E quando ele também demonstra que nos ama?

Só aviso uma coisa: Nunca fale mal dos ídolos aos fãs. Do contrário, corra!