domingo, 4 de maio de 2008

Mundo Humano

Eu sou o branco e o preto
O extremo e o meio
O medo e a coragem
De um mundo sem paz.
Mas ao mesmo tempo eu me perco
Nos meus devaneios
Como um leva-e-traz.
Sou o luxo e a simplicidade
O grito e o silêncio
O moderno e o antigo
O amigo e o inimigo
De um mundo sem esperança.
Mas ao mesmo tempo eu me perco
Entre a planície e o abismo
De todas as minhas lembranças.
Sou o rock e o samba
A preguiça e a vontade
A alegria e a dor
A mentira e a verdade
A luxúria e o amor
De um mundo sem liberdade
Com um tanto de ingenuidade
Perdido pelo terror.
Sou a virtude e o pecado
A água e o fogo
A matemática e a geografia
O doce e o salgado
A noite e o dia
A alma e o corpo.
De um mundo sem luz
Que sempre nos conduz
De qualquer jeito, até o topo.
Sou a fartura e a escassez
O fino e o grosso
A carne e o osso
A espera e a vez.
Sou a luz e a escuridão
O ar e o chão
O fácil e o difícil
O desprezo e a gratidão
O alvo e o míssil
O sim e o não.
Sou um mundo sem limites
Entre a vida e a morte
O descaso e a vaidade
O preparo e a sorte
Sou um mundo covarde.
Sou um mundo sem barreiras,
Limites ou fronteiras.
Sofro as consequências,
Desafio a ciência,
Multiplico minha potência,
Dobro meu poder.
Mas no fim de tudo
Meu mundo fica mudo
Sem defesa, sem escudo
Contra um exército totalmente familiar.
Agora eu sofro
E vejo o resultado:
Minha casa, meu mundo
Totalmente derrotado.
Peço perdão
E ainda sou perdoado.
Sou cruel, sou alheio
A quem está ao meu lado.
Planos, estratégias
Tudo estava errado.
Sou fiel, temido, às vezes insano
Não temo, não nego, eu sigo meu plano
O que eu sou?
Apenas humano.

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